Passei a estudar compulsivamente o assunto lendo tudo o que havia publicado na literatura científica, mas faltava a confirmação de alguma referencia confiável. Levei o caso ao Dr. Benjamin Carson no Johns Hopkins Hospital em Baltimore, referencia mundial em neurocirurgia pediátrica. Do alto de sua enorme experiência, mandou-nos imediatamente para o tratamento ortótico.
Preparamos as malas, passaportes e vistos em tempo recorde e nos mudamos para os EUA. Com o coração apertado e espremendo o orçamento ao máximo, estávamos convictos da decisão. Não nos desculparíamos se não fizéssemos o tratamento e nossa filha viesse a sofrer consequências disso no futuro. Foram 6 meses de tratamento, período em que minha esposa e minha filha mais nova ficaram nos EUA e eu voava para lá e para cá como nunca havia imaginado. Minha filha mais velha, então com 2 anos, suportou bravamente a bagunça e as mudanças constantes. Mas no final… que sensação indescritível!!! Dever cumprido. Minha caçula estava ótima! Nunca imaginamos que nos emocionaríamos tanto ao fazer uma “Maria Chiquinha” para o primeiro aniversário dela. Para o resto de nossas vidas, estávamos livres da plagiocefalia!!!
Ou será que não?
Bem, minha filha estava livre do problema, mas foi aí que começou a segunda etapa dessa história. Incomodados com o fato de não haver esse tratamento no Brasil, decidimos que isso precisava mudar. Fui novamente para os EUA e busquei todas as especializações no tratamento das assimetrias cranianas com a órtese.
Conheci profundamente as especificações técnicas das órteses utilizadas para esse tratamento e optamos por trazer o que há de melhor para iniciarmos esse trabalho aqui no Brasil.
Adquirimos equipamentos de escaneamento tridimensional a laser que, sem uso de
radiação e com total segurança para o bebê, leva apenas 1,5 segundos para fazer uma varredura de superfície na cabeça e medir, com muita precisão, o tipo e grau de assimetria, ao mesmo tempo que já gera um molde virtual da cabeça do bebê para confecção da órtese sob medida caso essa seja indicada.
Em 2010 estabeleci a primeira clínica a oferecer esse tratamento no Brasil. Treinei a equipe, desenvolvi manuais e material educativo, divulguei, fui a congressos e, principalmente, tratei pessoalmente mais de 7.200 pacientes desde então. Em novembro de 2014 inauguramos a nova Heads – Clínica Dr. Gerd Schreen junto com toda a equipe que havia iniciado o trabalho conosco. A necessidade de tornar o tratamento cada vez mais acessível aos pacientes que se deslocam de todos os cantos de nosso país nos impulsionou a abrir outras unidades. No início de 2015, abrimos a Clínica Heads no Rio de Janeiro. Em seguida, em julho de 2016, tivemos a oportunidade de inaugurar a unidade de Brasília. Depois vieram Curitiba, João Pessoa, Barreiras na Bahia e Fortaleza. E outras unidades estão a caminho! Ética, seriedade profissional e carinho no que fazemos são valores fundamentais para nós.
Oferecemos aos nossos pacientes um tratamento de excelência, quer seja com o reposicionamento, quer com a fisioterapia, quer com a órtese craniana fabricada sob medida para cada bebê, sempre sob a supervisão do médico especializado.